Nesta semana, o Pequi
Cultural entrevistou o tatuador El Mendez, do estúdio La Vella GuardiaTattoo Shop. Natural de Uruaçu, Mendez mora em Goiânia desde pequeno e
sempre se interessou na arte de desenhar. Confira a entrevista feita pelo
jornalista Gustavo Burns.
El Mendez tatuando em seu estúdio
La Vella Guardia Tattoo Shop (Fonte: Divulgação)
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Pequi - Quando você decidiu que queria ser tatuador?
El Mendez - Na verdade a decisão sobre ser tatuador veio por acaso. Sempre
desenhava e nunca me imaginei trabalhando em algo burocrático. Um dia juntei
com um amigo que estava já no segundo filho e num emprego ruim, juntamos uma
grana e compramos um kit. Aí começou a saga.
Pequi - Você já trabalhava com desenho, ou outro tipo de arte?
E.M. - Sempre desenhei, desde criança, mas foi depois dos 20 que
comecei a fazer uns free lance e ganhar grana com desenhos.
Pequi - Você possui algum curso relacionado com sua profissão?
E.M. - Quando resolvi aprender procurei um tatuador bom e íntegro, e me
ofereci pra ser um aprendiz. Como ele já sabia que eu desenhava, me aceitou e
fui aprendendo. Nesse processo participei de convenções e fazendo cursos com outros
tatuadores em estilos diferentes, além do curso de biossegurança.
Pequi - Quando começou a tatuar profissionalmente?
E.M. - Profissionalmente tem três anos, mas todo dia é aprendizado.
Pequi - Você imaginava que um dia teria seu próprio estúdio?
E.M. - Na verdade não, mas tamo aí lutando pra manter aberto! Manter um
estúdio aberto é canseira, quando você tem uma concorrência desleal e muitos
impostos pra pagar.
Pequi - Hoje em dia ainda existe preconceito com essa profissão?
E.M. - Preconceito existe e sempre vai existir em muitas profissões.
Mas tudo é questão de conhecimento e conversa. Mas hoje em dia é bem mais
visto, antigamente era tenso. Hoje está na mídia, e quase sempre mostram o lado
positivo dessa arte.
Pequi - Qual estilo de tatuagem que você mais gosta de fazer?
E.M. - Tenho preferências pelas tatuagens tradicionais. Mas gosto de
pessoas, então qualquer tattoo faço com amor. É bom ouvir as
histórias de cada um e a maioria acaba deixando de ser cliente e passa a ser
amigo!
Pequi - Tem algum estilo que você acha mais difícil de trabalhar?
E.M. - Maori e realismo é canseira, respeito quem faz porque é phoda,
e com PH!
Pequi - Você também mexe com grafite, chega a ser um trabalho ou
apenas um hobby?
E.M. - Trabalho com estêncil, uma das ramificações do
grafite, faço como diversão. Às vezes vendo umas peças.
Pequi - Em Goiânia tem espaço para quem deseja trabalhar profissionalmente com
grafite?
E.M. - Na verdade grafite é meio tenso de trabalhar, mas hoje em dia
existe um lugar em Goiânia chamado Upoint, uma loja de grafiteiros
aonde funciona uma associação. Fica no centro, no beco da codorna, lugar que
foi revitalizado pela associação.
Pequi - Quais artistas te inspiraram e lhe serviram como referência para seu
trabalho?
E.M. – Vários, o Rustoff, Danovan, Kleber Lisboa , Dorme, Ramon, e
minha mãe, porque ela é guerreira.
Pequi - Há algum outro ramo artístico que você gosta trabalhar?
E.M. - Artes plásticas, gosto de pintar objetos, me
agrada. Mas ando fazendo pouco, porque a tatuagem ocupa muito o meu tempo. Mas
sempre que sobra um tempo aí estou lá pintando.
E o mais importante sobre essa profissão. Os amigos que se oferecem pra
treinamos e aperfeiçoamos as técnicas. E você é um que devo ,valeu pelo
incentivo Gustavo!!
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